UM REENCONTRO POR ACASO

Esta historinha aconteceu comigo, há mais ou menos três anos. Costumo visitar o site de uma fotógrafa norte-americana que mora em uma fazenda, localizada no Estado de Nova York, site que encontrei por puro acaso, aleatoriamente. Vou chamá-la de JP. Um dia, vi uma foto lindíssima que ela havia postado e chamei meu marido para ver. Ele viu o sobrenome da fotógrafa e disse:
- Será que ela é parente de um professor que tive na Universidade de Nova York?
(Meu marido havia feito um curso de 8 meses na Universidade de Nova York, em 1967 e esse professor P. tinha sido muito importante para ele durante o curso)
- Imagine, eu disse! Deve ter tanto americano com esse sobrenome....
- Não custa enviar um e-mail para ela perguntando, vai que ela conhece... Eu enviei o e-mail e no mesmo dia ela me respondeu, dizendo que esse professor era seu sogro!!! E que depois de aposentado ele estava morando no Colorado. O professor ficou muito admirado e emocionado por ter sido lembrado por um aluno brasileiro, depois de quase quarenta anos! Houve troca de e-mails, ambos enviaram fotos, partilharam lembranças e atualizaram as experiências... Inclusive o professor nos convidou para visitá-lo um dia... Um reencontro que aconteceu por puro acaso e com a ajuda da Internet! Vocês já vivenciaram alguma história parecida?


(Por Sonia de Amorim Mascaro)

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Pois é Sonia,
esta história é verdadeira , aconteceu com meu pai, e uma parte dela cheguei a vivenciar.
Na Revolução de 30, ainda muito jovem, meu pai foi parar em trincheiras contra o Getúlio.Lá conheceu um colega de revolução, e ficaram muito amigos. Ayres de Azevedo, que morou a vida toda em Bananal, Estado do Rio de Janeiro.
Acabada a Revolução, todos voltaram para suas casas, meu pai se formou em medicina, casou, e a vida continuava.Passados alguns anos, morre minha avó, eu já tinha 16 ou 17 anos, toca o telefone, era o Ayres procurando pelo meu pai. A notícia da morte não havia saído nos jornais nem muitos familiares sabiam, pois havia ocorrido há poucas horas.
-Santo, era o nome do meu pai, falou o Ayres: Estou pensando muito em você, preocupado, você esta bem?
-Ayres, morreu minha mãe! Disse meu pai!
Essa não havia sido nem a primeira, e não foi a última das premonições que o Ayres teve.
Durante muito tempo, toda vez que visitava São Paulo, hospedava-se na casa de meus pais, e conversava com um número grande de familiares, que acorriam a casa em busca de uma palavra do Ayres. E nessas, previu muitos fatos que conto em outra oportunidade, pois me disseram que aqui o máximo são vinte linhas, e delas já passei um monte!
Quem quiser que conte outra!
( Por Eduardo P L)
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Fernando Zanforlin ... pelos finais da década de 60 estava no EUA, num final de tarde andava pela cidade, talvez San Diego, quando vi num estacionamento um sujeito visivelmente em apuros.Seu carro um Ford Pinto amarelo estava de capô aberto e o cara não sabia o que fazer, não tinha nada próximo e nem carros.Fui lá, conheço razoavelmente bem mecânica de carros, perguntei seu nome, ele disse que era Toni Sandoval, brasileiro e era publicitário trabalhando por láMe apresentei, reconectei o cabo, o problema era elétrico ( um dos polos da bateria), o carro funcionou e fomos embora cada um para o seu lado.Passados anos, já nos 70 aqui em São Paulo, gostava de ir num bar na Rua Frei Caneca, onde tocava discos de jazz de primeira qualidade. Esse bar era frequentado por muito por velejadores estrangeiros, incrivelmente conhecido pelos gringos, sujeitos que vinham de barco deixavam o barco lá no mar e subiam para São Paulo para estar alí.Uma noite, estava por lá. Como sou bom fisionomista, tenho uma memória boa, me aproximei de um sujeito e disse.- Seu nome é Toni Sandoval, voce é publicitário, tinha o Ford Pinto amarelo quando morou nos EUA.O cara me olhou com a cara mais espantada do mundo, e disse é isso mesmo, vc. esta certo.Pagou a conta rapidinho sem saber o valor e foi embora subindo a escada aos tropeços deixando o troco para traz.Aquela época havia muita caça aos tais subversivos e aquele bar era um ponto muito visado.O cara deve ter pensado que eu fosse um agente policial.
(Por Fernando Zanforlin)


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Adelaide Amorim

Lembrei agora de um colega de faculdade, o João Otávio Tavares Ayres, que todo mundo chamava de Jota ou Sigla. Jota era militante de um partido de esquerda, e várias vezes andou sumido. Um cara alegre, grande amigo, desses que não deixa ninguém na mão. Era o rei do disfarce, daquele tipo que dá nó em pingo dágua, e conseguiu escapar vivo dos anos de chumbo usando óculos escuros de vários tipos, com e sem barba, e houve um período em que perdeu 30 quilos e raspou a cabeça. Desse jeito escapou da prisão e embarcou para o Chile com um passaporte falso, enganando até os cães amestrados do aeroporto.
Em 1999 estava eu com uma colega no restaurante do centro da cidade freqüentado pelos funcionários de minha empresa, por causa da comida simples mas muito boa e dos preços melhores ainda, quando avistei Jota atravessando o salão. Tinha recuperado a aparência antiga, cheio de corpo, cabelos meio alvoroçados, agora grisalhos. Fui a seu encontro toda alegre. "Oi, Jota! Que bom te ver!" Ele sorriu embaraçado. "Está falando comigo?" Achei que estava brincando, e ri também. "Não está me conhecendo? Sou a Nina, da faculdade." Fez um gesto discreto e respondeu "desculpe, acho que está enganada", andando em direção à mesa de canto. "João Otávio, não acredito que você..." "Olha, não conheço nenhuma Nina, não fiz faculdade e meu nome não é esse." Sentou sem me olhar e se concentrou num pedaço de torta. Peguei o guardanapo a sua frente e anotei meu número de celular.
Nunca mais o vi. Durante anos esperei uma ligação. Agora meu número mudou e não almoço mais no centro.
(Por Adelaide Amorim)
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Neil Son
Eu tinha 18 anos; ela, 17, namorada de um grande amigo da época. Passou-se um tempo, o casal brigou e a moça, desiludida, vendeu o pouco que tinha e foi-se embora para a Europa, com a cara e a coragem típicas da juventude. Nos correspondemos por um breve período - naquele tempo, escreviam-se cartas... Soube que morava na Itália, trabalhava como garçonete e cursava uma faculdade de artes plásticas. Trinta anos se passaram e de repente, via Skype, recebo uma mensagem em minha caixa postal: 'Você é aquele que era amigo do Dino? Eu sou a Lica!!'. Retomamos o contato. O mais interessante? Lica virou cantora, já gravou um monte de CDs, participa de festivais de jazz na Europa e na Ásia, é sucesso no Japão! Casada há muito tempo com o artista plástico Antonio Dias, Lica Cecato vive entre Colônia, na Alemanha, e o Rio de Janeiro. Recuperei uma ótima amizade e ainda descobri uma ótima cantora... Santa Web!!
(Por Neil Son)


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Logo após a separação, alcancei meu maior peso (84kg), face à dieta de solteiro a que me submeti.
Na abertura de uma exposição, e após ter sorvido com avidez o vinho servido no "rabo-de-galo", vi entrar uma mulher que me pareceu familiar e, depois de observá-la mais um pouco para não ter dúvidas - "Putz, é ela mesmo!" - parti pro abraço. Estranhei ela ter me encarado com uma expressão de susto enquanto me aproximava, e mais, repeliu minha tentativa de enleá-la nos braços e dar-lhe um beijo no rosto.
- "Que isso?", disse ela, "Nunca te vi mais gordo!"
- "Nem eu", respondi.
(Por Claudio Boczon)


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Teve uma época, quando tinha 27 ou 28 anos, casado, que resolvi além de fazer Cooper, tomar banho com água fria, para obter a saúde que esses métodos apregoavam. Fiquei conhecido por fazer esses banhos no inverno ou verão. Durante um almoço de domingo, na casa do sogro, mesa grande e muita gente que eu não conhecia, veio a baila o assunto dos meus hábitos de banhos gelados. Todos muito admirados faziam perguntas e comentários jocosos!
Passados 20 anos, encontro um senhor numa festa, na casa de amigos, e ele vem, me abraça, e cumprimenta efusivo:
-Eduardo, desde aquele dia que almoçamos juntos, eu só tomo banho com água fria!Nunca mais tive um resfriado.Devo isso a você!
- Lamento te informar, que nem lembrava de ter te dado tão desagradável conselho! Eu parei com aquele faquirismo há muitos anos, e também não apanho resfriado.Tomo vacina contra gripe, e banhos escaldantes!!!!
Fiquei com tanta vergonha, do conselho que dera, e jamais poderia supor que meu exemplo tivesse tanta importância! Não sabia que eu era um fazedor de hábitos!

( Por Eduardo P.L.)
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" Vi meu amigo ao longe
ele também me reconheceu
aproximamo-nos alegremente
e cada um arrefeceu
eu vi que não era ele
ele viu que não era eu "

Millor Fernandes


(Postado por Peri S.C.)
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Vou contar uma história que não é minha...mas sempre que minha mãe a contava achava divertido. Muito moça ,solteira, mamãe tinha tido um namorado que fôra sua primeira grande paixão.Lindo e cobiçado pelas moças de então,frequentava o Yára Salaõ de Chá que era o "point" da rua Augusta.Mamãe nunca mais o tinha visto...uma tarde tomando chá com as amigas,quase perde a fala ao vê-lo entrar e se dirigir à mesa dela.Tentando disfaçar ao máximo a emoção e fazendo de conta que não tinha pecebido que era ÊLE que estava alí de pé...deu uma mordida no eclair de chocolate que estava no pratinho.Tudo bem se não fosse ter esquecido de tirar o papel do doce...com o papel dentro da bôca naõ tinha como disfarçar... as meninas começaram a rir e ÊLE a sorrir percebendo o que causara...Com muito senso de humor e presença de espírito...perante o que já estave descoberto, disse... -Marcelo não há nada a fazer é isto aí ainda gosto de você a ponto de comer papel...- Todos riram inclusive pessoas da mesa ao lado que perceberam a situação...moral da história...voltaram a namorar por muito tempo ...e mesmo anos depois já casados ( com outros) com carinho... relembravam e... riam.
16 de Abril de 2008



( Por Vi Leardi )
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Peri S.C.


Tantos reencontros por acaso ...
e eu que nem de propósito me encontro ?
( Por Peri S.C. )
19 de Abril de 2008


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REENCONTRO


O Reencontro é uma associação sem fins lucrativos.


Fundada em 07.05.1995, promove assistência espiritual, física e emocional a todos os que a procuram.
Colabora também com diversas creches, orfanatos e asilos, desenvolvendo e divulgando campanhas de promoção social.
Nas Palestras oferecidas pelo Reencontro, traga 1 Kg de alimento não perecível para ajudar nossas campanhas de Assistência Social

Recomendamos ao Peri S.C. pois talvez eles possam ajuda-lo a se ENCONTRAR....


(Por Gepetto )


21 de Abril de 2008


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Conte o seu....


23 comentários:

Anônimo disse...

Sonia,

quem não tem uma história para contar? Basta puxar pela memória e...já lembrei de uma! Acho até que já contei, mas foi em outro blog....

sonia a. mascaro disse...

Eduardo,
incrível essa história do Ayres e suas premonições! Devia dar até um pouco de receio de saber o que ele poderia adivinhar, cada vez que aparecia na casa de seus pais...

Anônimo disse...

Sonia,

era um gordinho absolutamente suave, e de uma sencibilidade a toda prova. Jamais diria algo desagradavel. às vezes até suava nas mãos e engolia o que sentia, sem dizer palavras.
Foi o bruxo do Adhemar de Barros em todos os governos e era pobre franciscano.

sonia a. mascaro disse...

Que figura, Eduardo! Daria um ótimo conto! E o nome lembra as personagens de Machado de Assis!

Anônimo disse...

Eduardo
Bruxo do Adhemar ? Então ele devia saber de histórias do " arco da velha ".

Anônimo disse...

Fernando, naquela época os mais bem informados tinham medo da própria sombra.

Anônimo disse...

Peri,

era MUDO como uá múmia! Uma moça, no trato! Nunca casou, e suas confusões sentimentais por causa da sensibilidade o deixavam doente!

Uma figura!

Grande Ayres!

sonia a. mascaro disse...

Fernando, sua história também pode virar um conto... o que será que essa "personagem" temia? Nesse lapso de 10 anos entre San Diego e São Paulo o que será que aconteceu na vida dessa figura? Pode ser algo bem comprometedor como também algo bem mais prosaico...

sonia a. mascaro disse...

Adelaide, eu também sou Amorim por parte de pai. Vai que a gente é da mesma família e não sabe...!!!

Achei bem interessante a sua história e ela está relacionada com o que aconteceu com o Fernando Zanforlin. Quanta coisa estranha e misteriosa aconteceu nessa época...

sonia a. mascaro disse...

Santa Web mesmo, Neil Son! Em tão pouco tempo mudou tanto... Como é que a gente fazia antes dela?

Anônimo disse...

Que delícia chegar cedo no Blog e encontrar contos NOVOS e links nos autores! Estou achando MUITO bom essa história de blog COLETIVO. Que quer AJUDAR nos outros?????

~C;-))

Anônimo disse...

Otima Claudio.
Conta outras! Você deve ter muitas. E o seu jeito de contar!

Abçs

Claudio Boczon disse...

pior é que essa é verídica, ainda bem que não levei bolacha na ocasião, mas volta e meia encontro a dita cuja em vernissages.

Anônimo disse...

Claudio,

mas agora pode partir para o abraço, pois ela não pode alegar que não te conhece.....

~C;-))

dade amorim disse...

Oi, Sônia! Se você tem parentes do Espírito Santo, pode bem ser que a gente seja prima, quem sabe?

O legal nessa sequência é que há um fio que vai ligando uma história e outra,parece que uma nasceu da outra, mas sempre uma novidade.

sonia a. mascaro disse...

Adelaide, que pena! Que eu saiba não tenho parentes no Espírito Santo...

Eu também estou gostando muito desse blog! Uma delícia este desnovelar de histórias...

Anônimo disse...

TURMA da GERÊNCIA:

Vocês sabiam que tem um site de REENCONTROS?

Seja bem vindo ao Reencontro.com™
O melhor lugar para achar velhos amigos.

http://www.reencontro.com/

~C;-))

sonia a. mascaro disse...

Ótima essa Peri!
O Millor é mesmo genial!

sonia a. mascaro disse...

Eduardo, fui lá ver e vou voltar para dar uma olhada com mais calma...

Maria Augusta disse...

Muito legal este novo tema também. Vou pensar, se me lembrar de um reencontro curioso, mando para vocês.
Abraços.

Ví Leardi disse...

Vou contar uma história que não é minha...mas sempre que minha mãe a contava achava divertido. Muito moça ,solteira, mamãe tinha tido um namorado que fôra sua primeira grande paixão.
Lindo e cobiçado pelas moças de então,frequentava o Yára Salaõ de Chá que era o "point" da rua Augusta.Mamãe nunca mais o tinha visto...uma tarde tomando chá com as amigas,quase perde a fala ao vê-lo entrar e se dirigir à mesa dela.
Tentando disfaçar ao máximo a emoção e fazendo de conta que não tinha pecebido que era ÊLE que estava alí de pé...deu uma mordida no eclair de chocolate que estava no pratinho.Tudo bem se não fosse ter esquecido de tirar o papel do doce...com o papel dentro da bôca naõ tinha como disfarçar... as meninas começaram a rir e ÊLE a sorrir percebendo o que causara...Com muito senso de humor e presença de espírito...perante o que já estave descoberto, disse...
-Marcelo não há nada a fazer é isto aí ainda gosto de você a ponto de comer papel...-
Todos riram inclusive pessoas da mesa ao lado que perceberam a situação...moral da história...voltaram a namorar por muito tempo ...e mesmo anos depois já casados ( com outros) com carinho... relembravam e... riam.

Anônimo disse...

Vi,

já eata lá!

Ótima essa história. Eu que conheço sua mãe, imagino bem a cena!

Obrigado por participar!

Bjs

sonia a. mascaro disse...

Ri muito, Vi! Além de engraçada, a história mostra que sua mãe era uma moça de muita personalidade e presença de espírito!

Beijos!

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conte o seu : qcucaup@gmail.com